Polémica Sobre o Enquadramento Científico da Família das Aloes
Mário Caetano
De facto tem havido alguns erros literários (alguns até apresentam esta planta como sendo um cato das cactaceas) e até em sites como o “CEAP design” que apresenta uma “Classificação Científica” da APG III (”Grupo de Filogenia das Angiospérmicas”), um pequeno grupo de biólogos dos EUA dedicados à classificação filogenética das angiospermas ou seja, plantas com sementes protegidas num ovário fechado mas, ignorando como sendo simplesmente uma Asphodelaceae desconsiderando de longa data a definição Clássica como sendo Família das Liliaceas, o termo mais exacto. Essa nova designação não invalida a Clássica até porque ela não tem expressão na Comunidade Científica Internacional de Aloe Vera (IASC). Esse novo neologismo tem levantado muita polémica sendo que existe alguns (L.Watson e M. J. Dallwitz” que até dizem ser também da família das Xanthorrhoeaceae e outros das Aloeaceas (J.G. Agardh ). Há inclusivamente outro grupo a querer reclassificar as aloes numa família venenosa de plantas… enfim tudo isto e para alguns, pouco a pouco, serve para servir os interesses de grandes lobbies…
As edições técnicas de Botânica (editado pelos C.Leitores da responsabilidade de inúmeros investigadores cientistas, a sua bibliografia dá para preencher uma página de A4) dizem o seguinte no que se refere às aloes: “Em relação às classificações Clássicas as aloes, cebolas (allium cepa), as ceboletas-de-frança (allium schoenoprasum), o cebolinho (Allium fistulosum) os alhos (allium sativum) os alhos-porro (allium porrum)… são todos da Família das Liliaceas….O número de plantas hortícolas cujos os caules ou bolbos se comem é bastante reduzido. Pertencem quase todos à família das liliáceas…”
Eis a actualização da tabela APG II O tal grupo específico):
Aspargales é uma ordem das monocotiledôneas. O grupo inclui os espargos e as cebolas.
O sistema APG II (que nem todos seguem), de 2003, colocou esta ordem na classe das monocotiledóneas, segundo a seguinte circunscrição:
- ordem Asparagales
- família Alliaceae - alhos e cebolas
- [+ família Agapanthaceae]
- [+ família Amaryllidaceae]
É de notar as pequenas alterações, (uma data de “famílias” a adicionar ao termo Classico e original), na família Liliacea puseram o prefixo “A” de “A”spargales e no APG III (ultimo) visto ser uma “a”ngiospérmica puseram o novo termo “(A)sphodelaceas” para designar o termo Clássico Liliaceas).
Segundo esse grupo (AGP) um termo não invalida o outro. (Note “+familia”, temos nas modernices, vários nomes de familia para as mesmas plantas).
É interessante também notar, que a espécie de aloe vera tem 5 nomes científicos diferentes: Aloe barbadensis Miller, Aloe vera Linne, Aloe vulgaris Lamarck, Aloe elongata Murry, Aloe flava Pers tudo nomes sinónimos. Porque optamos pelo primeiro nome? Porque o Sr. Miller foi o primeiro a registar esse nome num instituto de taxonomia (não me lembra agora qual) para esse fim.
O próprio IASC (International Aloe Science Council) está também atento a todas estas mudanças inclinando-se mais para o termo moderno Xanthorrhoeaceae não ignorando contudo o termo válido e original Liliacea que fica sendo sempre como o termo científico Clássico. Temos pelo menos 4 nomes diferentes (e é natural que vá surgir mais um) para a mesma Família de aloes. Enfim a Globalização e os interesses por detrás, tem muito destas coisas que, confundem muito boa gente. Atento a isto tudo está também a IRBN (International Rules of Botanical Nomenclature) que é a autoridade oficial que dá os nomes às plantas.
Devido a todas estas diferenças confusas e polémicas, achamos por bem retratá-la como Liliacea visto que, pelo mal menor, todos concordam como definição clássica e exacta.